Pesquisar
Close this search box.

São José dos Pinhais

Saiba o que fazer quando identificar um animal de rua com esporotricose

Última atualização em

19 de maio de 2024 às

17:05

Apesar de os gatos serem os principais afetados pela esporotricose, cães e outros mamíferos, além dos humanos, também podem contrair a doença, que é causada por um fungo amplamente distribuído na natureza, encontrado principalmente em solos contaminados, vegetais em decomposição e materiais orgânicos. Em São José dos Pinhais, nos primeiros quatro meses deste ano, foram registrados 96 casos de esporotricose em animais; em 2023, foram 224 casos confirmados.

Esta é a última parte de uma série de publicações que a Prefeitura de São José dos Pinhais desenvolveu sobre a doença. Nesta terceira matéria sobre o assunto, a administração municipal orienta aos são-joseenses sobre como proceder caso identifique algum animal de rua com esporotricose.

Segundo Unidade de Vigilância e Zoonoses (UVZ) do município, não existe um protocolo nacional padronizado sobre o que fazer quando encontrar um animal de rua contaminado com a doença. São José dos Pinhais não possui local para acolhimento destes animais. No entanto, existem algumas medidas que podem ser tomadas para ajudar o animal e proteger a si mesmo e a outras pessoas.

“Promover a ideia de que todos os gatos merecem ter uma vida segura e confortável em casa, com acesso a comida, água, cuidados veterinários e amor humano, contribui para que a sociedade seja mais segura e saudável”, destaca o médico veterinário da UVZ, Haroldo Greca Junior.

O que fazer?

  • Evite contato direto com o animal: É importante evitar contato direto com o animal, principalmente se ele apresentar feridas abertas. Use luvas descartáveis se precisar tocar no animal.
  • Lave as mãos: Após o contato com o animal ou com o local onde ele está, lave as mãos com água e sabão e utilize antissepticos.
  • Aconchego e proteção: Se possível, ofereça ao animal um local seco e abrigado para se proteger do sol, chuva e frio.
  • Água e comida: Forneça água fresca e comida nutritiva para o animal. Se ele tiver dificuldade para comer, você pode tentar alimentá-lo com a mão ou com uma seringa.
  • Contato com entidades de proteção animal ou proteores independentes: Entre em contato com entidades de proteção animal ou clínicas veterinárias especializadas em animais de rua. Eles podem te orientar sobre como proceder e podem até mesmo oferecer ajuda com o tratamento do animal.
  • Notificação à vigilância em saúde: Em São José dos Pinhais a notificação dos casos de esporotricose em animais é feita desde 2017 pela Unida de de Vigilância de Zoonoses, porém, em outras cidades, as medidas aplicadas podem ser diferentes.

Cuidar de um animal de rua com Esporotricose é um ato de responsabilidade social e de compaixão. Ao ajudar um animal em situação de vulnerabilidade, você está contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e solidária.

Segundo a legislação brasileira, é proibida a eutanásia de animais de rua. O foco deve ser na reabilitação e na reinserção social do animal, sempre que possível, porém esta estruturação demanda tempo e recursos.

Haroldo Greca Junior enfatiza que não há políticas públicas a nível federal direcionadas ao cuidado de animais de rua com esporotricose. “Essa é uma lacuna que precisa ser preenchida com urgência, para que haja um protocolo nacional padronizado para lidar com esses casos”, diz.

A orientação é para que os cidadãos tomem as medidas de segurança necessárias, ofereçam ajuda ao animal e busquem apoio de ONGs e clínicas veterinárias especializadas. O médico veterinário da UVZ enfatiza que a união de esforços da comunidade é fundamental para garantir o bem-estar animal e a saúde pública e alerta que a romantização do estilo de vida desses felinos contribui para a disseminação de diversas doenças.

“Ao invés de associar a liberdade dos gatos à vida noturna e aventuras, é importante enfatizar os perigos reais que eles enfrentam ao vagar pelas ruas, como o risco de acidentes, exposição a substâncias tóxicas, encontros com animais peçonhentos, contrair doenças infecciosas, como a raiva, e até mesmo a ameaça de pessoas mal-intencionadas. A mudança cultural em relação aos gatos soltos na rua é um aspecto crucial no enfrentamento da esporotricose”, finaliza Greca Junior.

Saiba mais!

A esporotricose é transmitida principalmente pelo contato direto com o fungo ou com materiais contaminados por ele, como espinhos de plantas e ferimentos de animais infectados. Esta é a terceira e última parte de uma série de matérias sobre a esporotricose. Você pode saber mais sobre diagnóstico, prevenção e tratamento contra a doença acessando a parte um (clicando aqui) e a parte dois (clicando aqui).

compartilhe

São José dos Pinhais

Veja mais